quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cangablog (Sérgio Rubim) ; 21/7/2010

Ex-diretora do Ipuf desmente prefeito, secretário e procurador

Foto chupada do blog do Rafael Martiini. Estava sem crédito.

"Não tenho rabo preso com ninguém. Este convênio era um presente para a cidade e presente não precisa de licitação" (Declaração sem noção de Cristina Piazza em coletiva à imprensa)

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, a ex-diretora do Ipuf ligada à entidade contratada para restaurar o Palácio Dias Velho (antiga Câmara) desmascarou o prefeito de Florianópolis, o secretário do Desenvolvimento e Meio Ambiente e o procurador-geral do município.

Ao contrário do que estes vêm afirmando à imprensa desde o início da semana, tanto a direção do Ipuf quanto a prefeitura sabiam da existência do termo de parceria, revelou a ex-diretora. Tanto que, segundo ela, há pareceres jurídicos atestando a legalidade da contratação do chamado Instituto Diverscidades, do qual a ex-diretora é presidente, para receber a fábula de R$ 25 milhões para restaurar o prédio histórico da Praça XV de Novembro, com direito a R$ 2,5 milhões de comissão.

- É o mesmo 'modus operandi' utilizado no caso da árvore e do Bocelli. Tudo é armado como se fosse dentro da legalidade, inclusive com pareceres jurídicos justificando o injustificável, depois, quando o escândalo vem à tona, ninguém leu, ninguém sabia e a culpa era da funcionária que fez tudo sozinha. É uma piada. O prefeito precisa se explicar e os secretários, deixar o governo imediatamente - afirma o vereador João Amin.

Durante a entrevista, os jornalistas puderam testemunharam um verdadeiro teatro, recheado com afirmações que, de tão absurdas, beiram a infantilidade.

Como , por exemplo: a ex-diretora do Ipuf, sobrinha do ex-governador, afirmou que não assinou o termo de parceria, e, que isso, afasta qualquer ilegalidade. O que ela “esqueceu” de informar foi o fato de seu nome constar da primeira página do contrato como sendo a responsável frente às obrigações contraídas no contrato.

Outra: ela disse que não há recursos públicos, já que a verba seria captada por intermédio da Lei Rouanet. Ora, qualquer aluno do ensino médio sabe que a lei federal autoriza captação mediante renúncia fiscal, ou seja, ao invés de recolher determinado valor em impostos aos cofres públicos, o empresário direciona para apoio a algum projeto.

Portanto, trata-se de dinheiro público, sim, proveniente de impostos que deixaram de ser recolhidos e investidos em prol da coletividade para abastecer o cofre e o bolso de entidades nebulosas.

O vereador João Amin já denuncioou as falcatruas e pediu providências ao Tribunal de Contas e Ministério Público.

UMA QUESTÃO DE ÉTICA

Leitor atento questiona:

O superintendente do IPUF e o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano atribuem o cancelamento do contrato de parceria para o restauro da antiga casa de Câmara e Cadeia a "questões éticas", e ao fato de que "não teriam percebido" que a sua própria diretora de planejamento era a presidente do Instituto DiverSCidades [deu no dc]. O mais incrível é que esta "distração" vinha ocorrendo há tempos, antes mesmo de ser assinado o tal contrato. A Prefeitura, o próprio IPUF e o Sindicato dos Engenheiros, coincidentemente presidido por aquele secretário, estavam juntos com o DiverSCidades e com outra empresa da diretora, a Shopconsult, na realização do 1º Fórum das Américas de Mobilidade nas Cidades, ocorrido em março deste ano [deu no site do forum]. Fica no ar uma pergunta singela: Como pessoas tão distraídas em relação ao que é público podem estar ocupando cargos tão importantes para a cidade?

Confira nos sites:

DC:
http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&newsID=a2976023.xml&channel=&tipo=1&section=Geral

Forum:
http://www.mobilidadenascidades.com.br/saiu.php

Arquireta
leva "mijada" do Visor no DC:

Arquiteta adia entrevista coletiva

A arquiteta Maria Cristina Piazza transferiu para amanhã, às 10h, a entrevista coletiva que daria hoje à tarde para explicar sobre a assinatura do convênio entre o Instituto DiverSCidades e a prefeitura no valor de R$ 25 milhões. Provavelmente diante da dimensão do episódio e na tentativa de evitar algum suposto constrangimento, a ex-diretora de planejamento do IPUF constituiu advogado para acompanhar o caso e contratou até uma assessoria de imprensa. É direito dela marcar data e horário para falar. O que não pode é confirmar para vários jornalistas, ainda no início da tarde, que iria dar as explicações hoje e depois simplesmente desligar o telefone celular. Se não é um ato imoral ou ilegal é, no mínimo, desrespeitoso com os profissionais de comunicação. Além de dar ainda mais margem às especulações em torno do convênio e suas ramificações.

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