sexta-feira, 23 de julho de 2010

O QUE FAZER COM R$ 25 MILHÕES

Com os R$ 25 milhões contratados para a restauração do Palácio Dias Velho (antiga casa da Câmara e Cadeia Pública de Floripa), posso:
a) construir 500 casas populares;
b) comprar 1.000 veículos de passeio;
c) comprar mais de 25.000 geladeiras ou 50.000 fogões.
A ampliação da rede de água e esgoto, que está sendo implantada em São José, custará R$ 26 milhões.
E mais: 120 trabalhadores braçais teriam que trabalhar 35 anos para receber aquele valor.

Tudo muito fácil

Diário Carinense ; Coluna Cacau Menezes ; 23/7/2010

O esquema para pôr a mão em dinheiro público parece muito simples: cria-se uma Organização Não-Governamental (ONG) ou uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), sob incentivo ou não de algum político. Depois, basta propor um seminário, um workshop, um encontro internacional ou até mesmo uma reforma de um prédio público. Faz-se um convênio com um orçamento nada desprezível e o dinheiro logo cai na conta dos beneficiados. Mas nada disso acontece sem o aval de políticos influentes.

Se algo der errado, marque uma entrevista e diga que é “perseguição política” e que, mesmo que o convênio envolva a espantosa cifra de R$ 25 milhões, tudo estava sendo feito sem fins lucrativos.

Prestando um pouco mais de atenção, é fácil explicar algumas fortunas que crescem do dia para a noite neste país.

LAÇOS DE FAMÍLIA

Blog Meira Júnior ; 23/7/2010

Políticos, parentes e cargos de confiança é uma mistura indigesta e fétida. Não foi diferente com a arquiteta Cristina Maria da Silveira Piazza, sobrinha do ex-governador Luiz Henrique da Silveira. Exonerada do IPUF, tentou jogar responsabilidades sobre o Ministério Público, de quem levou um didático PUXÃO DE ORELHAS. O passado recente de Cristina Piazza, com andar de sobrinha de governador, teve outros passos trocados. No IAB-SC tentou mudar o estatuto e não conseguiu. Ainda ganhou do titio a Architectour, um pequeno rompante com sotaque francês do LHS. Dizem as más-línguas que se mantém professora por imposição do titio. E chegou ao IPUF, ponto estratégico para muitos interesses, a mando de LHS. Resultado...

Tudo muito fácil

Diário Catarinense ; Coluna Cacau Menezes ; 23/7/2010

O esquema para pôr a mão em dinheiro público parece muito simples: cria-se uma Organização Não-Governamental (ONG) ou uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), sob incentivo ou não de algum político. Depois, basta propor um seminário, um workshop, um encontro internacional ou até mesmo uma reforma de um prédio público. Faz-se um convênio com um orçamento nada desprezível e o dinheiro logo cai na conta dos beneficiados. Mas nada disso acontece sem o aval de políticos influentes.

Se algo der errado, marque uma entrevista e diga que é “perseguição política” e que, mesmo que o convênio envolva a espantosa cifra de R$ 25 milhões, tudo estava sendo feito sem fins lucrativos.

Prestando um pouco mais de atenção, é fácil explicar algumas fortunas que crescem do dia para a noite neste país.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Diário Catarinense ; Rafael Martini ; 22/7/2010

EFEITO DOMINÓ RONDA O CASO IPUF

A sustentação política do atual homem forte do governo Dário Berger, o secretário José Carlos Rauen, se complicou ainda mais ontem, depois que a ex-diretora de Planejamento do Ipuf, Cristina Maria Piazza (foto acima), foi categórica ao afirmar que tanto o secretário quanto o prefeito Dário Berger tinham pleno conhecimento da íntegra do convênio entre o DiverSCidades e a prefeitura. Cristina, que foi indicada por Rauen para o cargo, se queixou de sequer receber uma ligação para comunicar o motivo da sua exoneração. Ela também confirmou que o filho do secretário, José Carlos Rauen Filho, era o responsável pela elaboração do planejamento financeiro do projeto de restauração. Com tamanha proximidade, fica difícil aceitar o desconhecimento alegado pelo secretário sobre o episódio.

***

A situação de Rauen na prefeitura repete um triste roteiro do governo Dário Berger. Todos os escolhidos para atuar como espécie de primeiro-ministro do governo caíram. Sempre por casos polêmicos. No primeiro mandato, Aurélio Remor, secretário de Obras e amigo de Dário, não resistiu à Operação Moeda Verde, em 2007. O vereador Juarez Silveira, líder do governo à época, também sucumbiu. Mário Cavallazzi foi indicado para dar um salto de qualidade no turismo da Capital. A pressão em função da árvore de Natal e do show de Andrea Bocelli foi tamanha que ele pediu pra sair. Rauen disse, ontem, que seu cargo é de confiança do prefeito e está à disposição, mas não vê motivos para se afastar. A expectativa, agora, é pelo retorno do prefeito da sua viagem de férias. Confira a íntegra da entrevista de Cristina Piazza no blog www.diario.com.br/visor.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Blog De Olho na Capital (Cesar Valente) ; 21/7/2010

Ministério Público revela os bastidores da “enrolation”
Por Cesar Valente ⋅ 21 de julho de 2010, às 18:55

A arquiteta Cristina Maria da Silveira Piazza, na sua coletiva de hoje (ver também a nota anterior a esta), tentou envolver o Ministério Público, mais especificamente o promotor Rui Arno Richter, da 28ª Promotoria de Justiça da Capital, na enroladíssima armação de recuperação do prédio da antiga Câmara de Vereadores (e cadeia) de Florianópolis. O promotor, preocupado com o uso indevido de seu nome, tratou de divulgar uma longa nota de esclarecimento.

E da leitura da nota afloram coisas muito interessantes: a prefeitura, de fato, abandonou aquele prédio histórico e estava praticando a mais deslavada “enrolation”, do tipo clássico: “não faz nem sai de cima”. E aí surge essa figura multifacetada, a Piazza, que como delegada do Instituto dos Arquitetos do Brasil, denuncia o abandono do prédio e pede providências. Depois, já como diretora do Ipuf, promete captar recursos. Magicamente, como diretora de uma Oscip, faz convênio com ela mesma, diretora do Ipuf, para uma restauração que não saiu do papel. E agora diz que o MP aprovou esse conveniente convênio. O promotor diz que não foi bem assim.

Recostem-se e leiam com atenção. Vale a pena conhecer os bastidores de mais esse caso que abrilhanta a gestão Berger.

“ESCLARECIMENTOS

A atribuição da 28ª Promotoria de Justiça da Capital limita-se à matéria de Defesa do Meio Ambiente, que abrange a área de Patrimônio Cultural;

Em razão disso, tramita na 28ª Promotoria de Justiça inquérito civil público (ICP) que tem por objeto o restauro da Antiga Casa de Câmara e Cadeia, imóvel tombado pelo Município de Florianópolis, que após deixar de ser sede do Poder Legislativo Municipal, salvo eventos esporádicos e não autorizados pelo Serviço de Patrimônio Histórico (SEPHAN) do IPUF, entrou em desuso e apresenta risco de deterioração se não tomadas as providências necessárias por seu proprietário, o Município de Florianópolis;

O primeiro documento deste ICP trata-se de uma representação ao Ministério Público pedindo providências quanto à suposta descaracterização do prédio histórico protocolizado em janeiro de 2007 pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB, cuja Presidente do Departamento de Santa Catarina e signatária do documento foi, à época, a arquiteta Cristina Maria da Silveira Piazza;

Desde então, em reiteradas oportunidades o IPUF apresentou documentos que descreviam as intenções de recuperação do patrimônio sem que objetivamente se tivesse avanço;

Em novembro de 2007 foi expedida Recomendação nº 017/2007/28ªPJ no sentido de que o senhor Prefeito Municipal e Fundação Franklin Cascaes promovessem as necessárias reformas no imóvel, devendo ambos consultar e respeitar as determinações técnicas emanadas do SEPHAN/IPUF, tendo recebido como resposta ofício da Fundação Franklin Cascaes que anunciava estar preparando projeto para captar recursos para o restauro da referida edificação serem repassados a empresa que viesse a ser contratada pela Prefeitura para realizar as obras;

Em dezembro de 2007, a Secretaria Municipal de Governo encaminhou cópia de Proposta de Restauração, Reutilização e Conservação da Antiga Casa de Câmara e Cadeia, elaborado por historiadores, arquitetos e restauradora, alguns vinculados ao IPUF, outros ao Instituto Histórico e Geográfico de SC e a FCFFC/Casa da Memória;

Havendo notícia de novos usos inadequados do imóvel, foi convocada reunião com o IPUF e Procuradoria-Geral do Município (PGM) para 26 de junho de 2008, na qual foi informado o provável interesse arqueológico que demandaria prospecção de solo precedente ao restauro propriamente dito, assumindo os órgãos municipais compromissos no sentido de captar recursos junto ao Governo do Estado para a os trabalhos de prospecção arqueológica preliminar, inspeção relativas aos itens emergenciais de conservação do prédio e devolução das chaves do imóvel à PGM para prevenir novos usos não autorizados;

Em outubro de 2008 o IPUF comunicou a tomada de medidas de emergência para evitar a deterioração do imóvel e a não viabilização de recursos para o projeto de prospecção arqueológica;

Novamente questionado pelo Ministério Público sobre o destino do patrimônio cultural em questão, o IPUF, em julho de 2009 enviou “Plano de Ação para a Restauração” da casa e novo relatório sobre seu estado de conservação (a partir desta data os ofícios são assinados também pela arquiteta Cristina Maria da Silveira Piazza na condição de Diretora de Planejamento);

Em outubro de 2009 a 28ª Promotoria de Justiça enviou novo ofício ao IPUF, para que fossem apresentados documentos que comprovassem ações efetivas de cumprimento do plano anunciado;

Sem resposta, o Ministério Público notificou o IPUF, PGM e o senhor Prefeito Municipal para reunião em 04 de março de 2010, que teria como finalidade formalizar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que houvesse comprometimento com prazos de execução do restauro necessário;

Foi nesta última data que compareceram dois Procuradores do Município, o Assessor Jurídico da SMDU, advogada do IPUF e a arquiteta Cristina Maria da Silveira Piazza, que portava na ocasião autorização do Prefeito em exercício para representá-lo, uma vez que o Chefe do Poder Executivo encontrava-se em viagem a Seul, Coréia do Sul;

No mesmo ato, a então diretora de planejamento do IPUF, a fim de demonstrar avanço na questão do restauro, apresentou o denominado “Termo de Parceria nº 001/2010” entre o Município de Florianópolis e o Instituto Nacional para o Desenvolvimento das Artes, Arquitetura e Turismo das Cidades (“DIVERSCIDADES”), além de cópia do Estatuto do instituto;

Dada a insuficiência de tais documentos para instruir o TAC almejado, visto que isoladamente a documentação apresentada não informava que ato formal autorizara o Município a firmar tal parceria nem previa datas específicas para as ações de restauro, foi assinalado derradeiro prazo para que a diretora de planejamento do IPUF e no ato representante do Prefeito Municipal apresentasse ao Ministério Público, além de plantas e projetos já elaborados, do projeto de restauro, cronograma das obras, também cópia de processo administrativo, respectivo à tramitação das proposições técnicas que culminaram na formalização do Termo de Parceria com o que se pretendida esclarecer determinadas contradições dos documentos, entre elas o fato de que o Termo de Parceria estava assinado pelo Diverscidades por Simara Callegari, enquanto na sua introdução constava como presidente da entidade a arquiteta Cristina Maria da Silveira Piazza;

Extrapolando os trinta dias concedidos, apenas no dia 17 de junho o IPUF apresentou parte daquilo a que se comprometera, e nenhum processo administrativo que justificasse a formalização do Termo de Parceria;

Em contato telefônico, a arquiteta Cristina Maria da Silveira Piazza solicitou nova reunião presencial para prestar esclarecimentos adicionais, a ser agendada na segunda quinzena do mês de julho, sob o argumento de que um técnico especializado que desejava participasse do ato somente a partir de então poderia se fazer presente;

O término da primeira quinzena deste mês de julho coincidiu com o anúncio pela imprensa da exoneração da arquiteta Cristina Maria da Silveira Piazza da função de diretora de planejamento do IPUF e também da anulação do Termo de Parceria em foco;

Em seqüência de seu trabalho em defesa do Patrimônio Cultural de Florianópolis, a 28ª Promotoria de Justiça notificará o Município e o IPUF para que apresentem cronograma de restauro do imóvel em questão para, se possível, resolver a questão de interesse de toda a cidade extrajudicialmente. Caso contrário, ingressará em juízo com as ações cabíveis para obter comando judicial no mesmo sentido;

Por fim, do histórico extenso de tratativas acima mencionado é possível perceber que em nenhum momento o Ministério Público foi “consultado” sobre a regularidade ou conveniência de formalização do termo de parceria invocado como solução para o caso (e nem poderia ser, já que lhe é vedada a atividade de consultoria a órgãos públicos), termo que agora se sabe nunca foi publicado em órgão oficial de imprensa, e que a sua mera apresentação como justificativa para o encaminhamento do restauro do imóvel tombado não significou e não obteve qualquer espécie de ratificação pelo Ministério Público, que se reservara a analisar tão logo os esclarecimentos prometidos fossem prestados;

Assim, convém ressaltar que o mérito da ocorrência ou não de ato de improbidade administrativa ou atuação irregular do instituto presidido pela arquiteta Cristina Maria da Silveira Piazza não será tratado, evidentemente, no âmbito desta Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, e sim naquelas com atribuição para tanto, que já instauraram os cabíveis procedimentos de investigação sobre estes aspectos do caso.”

Florianópolis, 21 de julho de 2010.

Rui Arno Richter
28º Promotor de Justiça da Capital


A patética entrevista coletiva da sobrinha do ex-governador serviu para afastar as nuvens que toldavam a nossa visão e transformar em fundados indícios algumas hipóteses:

1. A arquiteta, nos seus dias de glória, não tinha pejo de se apresentar, por onde andava, como “sobrinha do Luiz Henrique”. Por mais que seus méritos profissionais a qualifiquem para o cargo, essa ligação que ela fazia questão de enfatizar dava uma aura política à nomeação que, afinal, tinha mesmo sido política, como ocorre com todos os comissionados. Sua exoneração, portanto, deve ter uma lógica semelhante à da nomeação: a sobrinha do LHS pode ter dançado porque Dário e LHS não dividem mais a primeira classe dos vôos internacionais.

2. O pretexto para a exoneração é apenas um pretexto. Os esquemas são montados de comum acordo, com perfeito conhecimento de todos os envolvidos (ninguém, nesses ambientes onde todos desconfiam de todos e todos querem saber quem leva o que, assina sem ler um convênio para arrecadar R$ 25 milhões). Tirar o corpo fora quando necessário ou quando se pressente que vai dar merda, é recurso rasteiro de bandos que não hesitam em “queimar” companheiros para preservar os líderes.

3. Alguém precisa dizer, urgentemente, à população catarinense e em especial aos agentes políticos e servidores comissionados, que dinheiro de renúncia fiscal é dinheiro público. O inefável Mário Cavallazzi também volta e meia vinha com essa história de que “não teve dinheiro público na festa de Natal”. Agora ela ressurge, com a alegação que o dinheiro para o restauro da antiga cadeia não era público porque seria “captado via incentivos da lei Rouanet”. No caso da arquiteta, deve ser cacoete herdado do tio, que também tratava assim os fundilhos que montou para que o dinheiro dos impostos não chegasse ao tesouro estadual.

Continua, porém, sem resposta a principal pergunta: o que teria levado Dário Berger a fazer o que fez e da forma que fez? Qual o gatilho (ou catalisador) que teria disparado o processo de interrupção do esquema, com a consequente cremação pública da sobrinha do LHS? Não teria sido, com toda a certeza, um ataque de honestidade repentina, uma crise ética, uma erisipela cívica que afetou a consciência de tão ilibados operadores da vida pública municipal, fazendo-os ajoelhar no milho e admitir que trilhavam o caminho do mal. Até porque nenhum deles admitiu ter lido o convênio antes de assiná-lo. E todos estão fazendo cara de paisagem.

Mas assim são as coisas. O prefeito Dário Berger vai para o Disneyworld descansar de fazer nada e quem fica com cara de pateta somos nós, os eleitores/contribuintes deste município dos casos e ocasos raros.

EM TEMPO

Acho que agora não tem mais volta: a restauração daquele prédio histórico terá que devolve-lo à sua função original. A cidade precisa urgentemente dessa cadeia com paredes de um metro de espessura, reforçadas com óleo de baleia. E sua localização, na praça, é muito adequada. Permite que o eleitor/contribuinte possa ver, nas grades, os malversadores do dinheiro público.
Cangablog (Sérgio Rubim) ; 21/7/2010

Ex-diretora do Ipuf desmente prefeito, secretário e procurador

Foto chupada do blog do Rafael Martiini. Estava sem crédito.

"Não tenho rabo preso com ninguém. Este convênio era um presente para a cidade e presente não precisa de licitação" (Declaração sem noção de Cristina Piazza em coletiva à imprensa)

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, a ex-diretora do Ipuf ligada à entidade contratada para restaurar o Palácio Dias Velho (antiga Câmara) desmascarou o prefeito de Florianópolis, o secretário do Desenvolvimento e Meio Ambiente e o procurador-geral do município.

Ao contrário do que estes vêm afirmando à imprensa desde o início da semana, tanto a direção do Ipuf quanto a prefeitura sabiam da existência do termo de parceria, revelou a ex-diretora. Tanto que, segundo ela, há pareceres jurídicos atestando a legalidade da contratação do chamado Instituto Diverscidades, do qual a ex-diretora é presidente, para receber a fábula de R$ 25 milhões para restaurar o prédio histórico da Praça XV de Novembro, com direito a R$ 2,5 milhões de comissão.

- É o mesmo 'modus operandi' utilizado no caso da árvore e do Bocelli. Tudo é armado como se fosse dentro da legalidade, inclusive com pareceres jurídicos justificando o injustificável, depois, quando o escândalo vem à tona, ninguém leu, ninguém sabia e a culpa era da funcionária que fez tudo sozinha. É uma piada. O prefeito precisa se explicar e os secretários, deixar o governo imediatamente - afirma o vereador João Amin.

Durante a entrevista, os jornalistas puderam testemunharam um verdadeiro teatro, recheado com afirmações que, de tão absurdas, beiram a infantilidade.

Como , por exemplo: a ex-diretora do Ipuf, sobrinha do ex-governador, afirmou que não assinou o termo de parceria, e, que isso, afasta qualquer ilegalidade. O que ela “esqueceu” de informar foi o fato de seu nome constar da primeira página do contrato como sendo a responsável frente às obrigações contraídas no contrato.

Outra: ela disse que não há recursos públicos, já que a verba seria captada por intermédio da Lei Rouanet. Ora, qualquer aluno do ensino médio sabe que a lei federal autoriza captação mediante renúncia fiscal, ou seja, ao invés de recolher determinado valor em impostos aos cofres públicos, o empresário direciona para apoio a algum projeto.

Portanto, trata-se de dinheiro público, sim, proveniente de impostos que deixaram de ser recolhidos e investidos em prol da coletividade para abastecer o cofre e o bolso de entidades nebulosas.

O vereador João Amin já denuncioou as falcatruas e pediu providências ao Tribunal de Contas e Ministério Público.

UMA QUESTÃO DE ÉTICA

Leitor atento questiona:

O superintendente do IPUF e o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano atribuem o cancelamento do contrato de parceria para o restauro da antiga casa de Câmara e Cadeia a "questões éticas", e ao fato de que "não teriam percebido" que a sua própria diretora de planejamento era a presidente do Instituto DiverSCidades [deu no dc]. O mais incrível é que esta "distração" vinha ocorrendo há tempos, antes mesmo de ser assinado o tal contrato. A Prefeitura, o próprio IPUF e o Sindicato dos Engenheiros, coincidentemente presidido por aquele secretário, estavam juntos com o DiverSCidades e com outra empresa da diretora, a Shopconsult, na realização do 1º Fórum das Américas de Mobilidade nas Cidades, ocorrido em março deste ano [deu no site do forum]. Fica no ar uma pergunta singela: Como pessoas tão distraídas em relação ao que é público podem estar ocupando cargos tão importantes para a cidade?

Confira nos sites:

DC:
http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&newsID=a2976023.xml&channel=&tipo=1&section=Geral

Forum:
http://www.mobilidadenascidades.com.br/saiu.php

Arquireta
leva "mijada" do Visor no DC:

Arquiteta adia entrevista coletiva

A arquiteta Maria Cristina Piazza transferiu para amanhã, às 10h, a entrevista coletiva que daria hoje à tarde para explicar sobre a assinatura do convênio entre o Instituto DiverSCidades e a prefeitura no valor de R$ 25 milhões. Provavelmente diante da dimensão do episódio e na tentativa de evitar algum suposto constrangimento, a ex-diretora de planejamento do IPUF constituiu advogado para acompanhar o caso e contratou até uma assessoria de imprensa. É direito dela marcar data e horário para falar. O que não pode é confirmar para vários jornalistas, ainda no início da tarde, que iria dar as explicações hoje e depois simplesmente desligar o telefone celular. Se não é um ato imoral ou ilegal é, no mínimo, desrespeitoso com os profissionais de comunicação. Além de dar ainda mais margem às especulações em torno do convênio e suas ramificações.

domingo, 18 de julho de 2010

Cangablog (Sérgio Rubim) ; 18/7/2010

sábado, 17 de julho de 2010

A arquireta e a casa de Cadeia de Florianópolis

Que eu saiba quem trabalha com picareta é trabalhador braçal, ajudante de pedreiro e outros trabalhadores menos preparados intelectualmente. Mas Florianópolis tem coisas que até a própria razão desconhece. Aqui até arquiteto põe a mão na ferramenta e a usa como intrumento de espertice.

É o caso da arquiteta diretora de Planejamento do Ipuf, Cristina Piazza. Temos aí um caso exemplar de uma arquiteta picareta. Pois a profissional, da equipe do não menos "braçal" Dário Berger, resolveu picaretear justamente no chão onde ganha o pão. No IPUF.

Casa de Passagem de conhecidos picaretas a istituição mais uma vez tem o seu nome manchado e incluido na bacia das almas dos centros de maracutaias e picaretagens da capital.

Informações da imprensa tradicional e que também pululam pela internet dão conta que a arquireta, Cristina Piazza, foi demitida pelo prefeito Dário Berger por ter feito convênio para restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia, realizado com o Instituto Diverscidades, que é dirigido por ela mesma.

O valor do trabalho de restauração do prédio foi de R$ 25 milhões, dos quais R$ 2,5 milhões seriam destinados ao Instituto da arquiteta. Bem, mas qual seria o trabalho deste instituto? Pegariam no pesado? Fariam projetos? Obras?

Não, o dinheirinho suado do contribuinte que nos é tomados de várias formas como multas de trânsito, iptu e outros impostos municipais iria para o bolso da arquiteta apenas por ter feito a intermediação do negócio.

Interessante atentar para um pequeno detalhe: o filho do secretário José Carlos Rauen, que assina o documento juntamente com o prefeito, também faria parte da OCIP de Cristina Piazza. Interessante essa misturança né? Mas será que só agora o prefeito se deu conta da malandragem e demitiu Cristina Piazza? É da turma da Dilma: assinou sem ler!

Picaretagem da boa!

Já que o projeto é de restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia poderiam também devolver ao prédio a sua função original que era prender meliantes e bandidos. Já que o sistema prisional de SC está um caos com falta de vagas, quem sabe se construa ali um cubículo especial para picaretas do dinheiro público.

Fica a sugestão.

Abaixo documento assinado pela prefeitura e pela Ocip da arquiteta. São três páginas. A primeira com o nome da arquiteta, a segunda o valor da obra e da comissão, a terceira a assinatura do prefeito, secretário e da presidente da entidade. Clique na imagem que aumenta.


sábado, 17 de julho de 2010

EXONERAÇÃO

Diário Catarinense ; 17/7/2010

A diretora de Planejamento do Ipuf, Maria Cristina Piazza, foi exonerada do cargo pelo prefeito Dário Berger, sob a alegação de ajustes técnicos. Um dos nomes fortes do governo na área de planejamento, a arquiteta era uma das responsáveis pela coordenação dos principais projetos do município como Plano Diretor Urbano e
Ontem, o Visor teve acesso a um convênio assinado no início do ano, entre o município e o instituto DiverSCidades, presidido pela própria Piazza, para a elaboração do projeto de recuperação da antiga Câmara de Vereadores, na Praça XV de Novembro. A proposta está orçada em R$ 25 milhões e consta, no acordo, o repasse de 10% para o DiverSCidades, a título de contrapartida, equivalente a R$ 2,5 milhões.
A ex-diretora viajou ainda na quinta-feira, quando foi comunicada do afastamento, a exemplo do prefeito, que foi para o exterior. O secretário José Carlos Rauen, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SDMU), diz que o convênio será revisado segunda-feira e falou em falta de ética. Tomara que todos retornem o mais rápido possível para que os motivos sejam esclarecidos.